quinta-feira, junho 28, 2007

Poeta

Todos a sua volta
Em suas casas
Em suas cidades
Em seus estados
Em seus países

Esses leitores ávidos
Qua a gente sabe
Não existem
Sempre exigindo
A beleza, a beleza

Cobram tanto deste
Que no máximo
Pode ser sincero e
De vez em quando
Pegar a caneta

Com gesto simples
Quase inconsciente
Riscar um x
no mapa-mundi
(Ainda em branco)

Sinalizando assim
O lugar exato
Onde uma ilha
Pesada de tesouros
Submergiu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Surpresa, este poema!Ultrapassou em muito as 10, 12 palavras. E tem um quê de insatisfação. Ou é interpretação desviada?
Gostei muito. E te digo uma coisa: ainda bem que ainda existem aqueles que sinalizam tesouros. (sou uma caçadora de ilha perdida, viu? rs...)
Beijocas

L. Rafael Nolli disse...

Wilson, meu camarada! O que mais me chama a atenção é que em teu poema você sacia esses ávidos leitores, sempre a exigirem a beleza, o elevado, do poeta. Com um mapa em branco você inventa um mundo, e de repente o leitor se cala para contemplar! Show de bola o teu poema! Olha, te li hoje lá no palimpnóia! Abraços!